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Como se previnir das doenças de verão

11/02/2009

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Verão pode ser sinônimo de doença dermatológica se alguns cuidados com a saúde forem ignorados. É preciso redobrar a atenção para se evitar manchas brancas pelo corpo, brotoejas, bicho geográfico, herpes labial e até mesmo as espinhas. Todos esses problemas se manifestam principalmente em crianças e adolescentes que não tomam cuidados simples como colocar uma toalha na areia da praia ou no chão do parquinho antes de se sentarem ou de usar filtro solar e reaplicá-lo durante a exposição solar.

 

Apesar de ser conhecida como micose de praia, a pitiríase versicolor é uma micose não transmitida na praia ou piscina. O fungo causador da doença está na pele de todos e em alguns é capaz de se desenvolver causando manchas. Em geral, as manchas são mais freqüentes no rosto e na região do peito. A pele com a micose não se bronzeia ao ser exposta ao sol. Nem sempre as manchas são claras. Às vezes, elas podem ser mais escuras, por isso o nome da doença é pitiríase versicolor. Uma das características é que ao passar a unha, a pele descama.

 

O uso do protetor solar durante a exposição ao sol é imprescindível. Não espere duas horas para reaplicá-lo. Assim que começar a suar ou após o banho de mar, reaplique-o. Se as manchas aparecerem, procure um dermatologista. O tratamento é feito com medicação, uso de sabonetes ou sprays/cremes.

 

Outra doença que também se manifesta por meio de manchas brancas é a pitiríase alba. Ao contrário da pitiríase versicolor, ela não é uma micose. É comum em pessoas com história pessoal ou familiar de alergias e atopia (asma, bronquite, rinite alérgica, eczema atópico). Os sintomas da doença surgem principalmente após a exposição intensa ao sol. Essas manchas brancas também são descamativas e de limites imprecisos e, muitas vezes, com um aspecto pontilhado. As localizações mais frequentes são a face, o tronco e os membros superiores. Uma alimentação rica em legumes, verduras e frutas e a ingestão de bastante líquido durante o verão também ajudam na prevenção, além, claro, do uso do protetor solar e do uso constante de hidratante.

 

Tome muito cuidado com areia e terra paradas. Ao chegar à praia, procure se instalar à beira mar, onde há grande circulação de água e nunca se sente na areia sem estender uma toalha ou canga. O problema que pode surgir desse descuido se chama bicho geográfico ou larva migrans, uma doença causada por parasitas intestinais de cães e gatos. As larvas nascem em terrenos que lhes deem calor e umidade. Os locais mais usualmente atingidos são os pés e as nádegas. É mais comum em crianças e as lesões são geralmente acompanhadas de muita coceira. O tratamento é feito com pomadas e medicação oral. É imprescindível a procura de um médico.

 

O calor e suor intenso podem trazer uma outra doença: as brotoejas. O suor produzido em maior quantidade infiltra a pele desencadeando um processo inflamatório. Para evitá-las, deixe as crianças em locais bastante arejados e ventilados para que elas não suem. Use menos roupas e dê preferência a tecidos de fibra natural. Molhe a região com água fria para diminuir a coceira.

 

Durante o verão, é comum ouvir os amigos recomendarem expor ao sol partes do corpo com acne. Mas a acne é uma doença que não se trata com calor. Há ainda uma lesão mais rara da acne causada pela exposição ao sol com formação de pápulas (bolinhas duras), que podem se infectar com formação de pus, é a chamada acne solar. Usar um filtro solar muito oleoso para o seu tipo de pele pode também proporcionar acne pelo corpo. O uso de chapéu o dia inteiro pode gerar acne na região da testa.

 

Para evitar o problema, use fotoprotetores livres de óleo ou em gel para proteger a pele do sol e evitar manchas de espinhas. Para que o número de espinhas não aumente no período, é permitido o uso de sabonetes à base de ácido salicílico ou glicólico para diminuir a oleosidade.

 

Comum em adolescentes e adultos, a herpes labial são vesículas que aparecem no lábio, principalmente na região inferior. Não é exatamente uma doença do verão, mas a exposição intensa à radiação solar é uma das formas de gerar sua erupção. Dura de cinco a dez dias, mas é doloroso e impede o contato social, porque uma das recomendações é evitar o beijo. Portanto, use protetor solar labial ou batom com protetor solar FPS 15 ou maior.

 

Procure também não ficar o dia inteiro com um calção ou sunga molhada, seguidos de período de suor intenso. Essa combinação pode resultar em uma lesão avermelhada, descamativa na virilha, a tínea cruris, mais conhecida como micose da virilha. No caso de aparecimento da lesão, isolar a toalha utilizada e secar sem esfregar, pressionando o local. Procurar um médico de imediato, caso contrário a lesão poderá aumentar.

 

Desta forma, mantenha-se sempre atento durante o verão para que a praia com os amigos não se torne um pesadelo no dia seguinte. Use e reaplique de forma abundante o protetor solar, tenha sempre à mão uma canga e procure não passar o dia inteiro com roupas molhadas. Também tome cuidado na hora da escolha do protetor solar. Compre um adequado ao seu tipo de pele, tanto na tonalidade (peles mais claras devem usar protetores mais fortes, como o de FPS 60) quanto na textura (peles oleosas devem ficar longe de protetores em creme).

 

*A Dra. Daniela Nunes, é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina, além de diretora-médica da Slim Clinique, no Rio de Janeiro.

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