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Fundo garantidor vai assumir liquidação do Bamerindus

27/04/2009

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A liquidação do banco Bamerindus deu nesta semana seu passo mais largo em anos. O Banco Central aceitou um plano apresentado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para colocar fim a um processo que começou em março de 1997, com a intervenção na instituição paranaense. A ideia do FGC é adiantar o pagamento do débito que a massa falida ainda tem com o BC para assumir a liquidação. Em seguida seriam leiloados ativos para pagar o próprio fundo, acionistas minoritários e, por último, os majoritários.

De acordo com o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB), que acompanha as negociações, o BC aceitou a proposta do FGC na última quarta-feira. “O Banco Central deu o sinal verde para que a operação seja implementada”, diz Hauly. Ela ainda precisa ser oficializada pela diretoria de liquidações da autoridade monetária – ontem, a assessoria de imprensa do BC confirmou apenas que o plano foi apresentado pelo fundo.

Se levado adiante, o plano do FGC vai acelerar o pagamento aos acionistas minoritários – calcula-se que são 53 mil. Cerca de mil pessoas que tinham ações do banco estão organizadas na Associação dos Acionistas Minoritários do Bamerindus, que teve acesso à proposta. Segundo o presidente da associação, Euclides Nascimento Ribas, o FGC pagaria em torno de R$ 2,6 bilhões ao BC, referentes a débitos contraídos durante a intervenção no banco, para assumir a liquidação.

“O segundo passo seria o leilão dos ativos que estão na massa falida, como imóveis e créditos tributários”, explica Ribas. O FGC assumiria a operação por ser o maior credor do Bamerindus. Após a intervenção, o fundo, que garante os depósitos bancários no Brasil, teve de colocar R$ 3 bilhões na instituição antes de sua venda ao britânico HSBC. Hoje, o crédito é calculado em R$ 4 bilhões, mas é provável que o FGC tenha de abrir mão de parte do valor. “Ele deve receber R$ 1,2 bilhão, enquanto outros R$ 220 milhões seriam distribuídos aos minoritários”, revela Ribas. Os valores finais, porém, dependem do resultado dos leilões, mas Ribas calcula que serão levantados R$ 12,90 por ação para os minoritários.

Para o advogado James Marins, que representa a associação em ações contra o BC e o HSBC, o avanço do acordo será decisivo para acabar com a liquidação do Bamerindus. “Uma entidade pública como o BC tem muitas limitações para negociar. Com o FGC seria muito mais fácil chegar a um acordo”, diz.

O advogado Harry Françóia Júnior, que representa o ex-controlador do Bamerindus, José Eduardo Andrade Vieira, preferiu não comentar a proposta do FGC antes que ela seja oficializada. Vieira move 14 ações por causa da intervenção no banco e discute, inclusive, o valor a que o fundo garantidor teria direito e o cálculo dos ativos que ficaram na massa falida.

por Guido Orgis
site da Gazeta do Povo

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