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Prevenção ao Câncer de Pele

29/12/2022

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Durante os próximos meses, grande parte da população brasileira vai aos litorais do nosso país para aproveitar o período de férias. Porém, é justamente neste período em que devemos redobrar os cuidados da exposição ao sol: o câncer de pele é o tipo mais comum entre os brasileiros.

A campanha Dezembro Laranja promove a conscientização a respeito dos riscos da doença, orientando a população a manter hábitos adequados de proteção solar e realizar visitas ao dermatologista para obter uma avaliação especializada.

Para ajudar nesta campanha, o Fator A foi conversar com o dermatologista Fernando da Cunha Zillo, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que nos contou mais detalhes sobre o câncer de pele, formas de detecção, prevenção e tratamentos disponíveis.

Confira abaixo a entrevista completa com o dr. Fernando, feita pelo nosso jornalista Raphael Ramirez:

Fator A - O mês de dezembro é marcado pela campanha de conscientização em relação ao câncer de pele, o Dezembro Laranja. Em primeiro lugar, gostaríamos de perguntar qual é o panorama da doença atualmente no Brasil. A população tem se prevenido ou ainda é baixo o número de pessoas que se cuida a respeito?

Dr. Fernando da Cunha Zillo, dermatologista –
Eu acho que houve sim uma melhora, as pessoas estão mais conscientes atualmente do que há 40 ou 50 anos. Eu percebo que as novas gerações já estão se cuidando desde crianças. Os pais e os avós já sofreram com lesões de pele, câncer e outras lesões provocadas pelo sol, então eles já estão sendo mais educados.

Porém, ainda assim, as orientações não são seguidas à risca. A gente sempre orienta a usar filtro solar todo dia, reaplicar, mas isto quem faz é uma minoria. E não é só uma questão de usar filtro solar: é usar chapéu, óculos, ir para a praia e ficar debaixo do guarda sol, usar roupa que protege contra a radiação ultravioleta, tudo isto é fotoproteção. Passando, obviamente, pelo mais importante, que é o uso do filtro solar.

Fator A - A conscientização e a prevenção são os grandes focos desta campanha. O senhor pode nos explicar quais são os principais sintomas do câncer de pele?

Dr. Fernando –
Um sintoma clássico é aquela lesão de pele que não some, que não cicatriza. É uma ferida que tá ali, vem e volta mas nunca some, você pode passar pomada, mas ela continua ali. São lesões que podem eventualmente sangrar espontaneamente ou não; ou uma manchinha que o paciente já tinha, uma mancha escura que começa a mudar de cor, aumentar de tamanho.

Ou uma lesão nova que apareceu, algo que o paciente olha e considera diferente das outras manchas que possui pelo corpo. Mas eu sempre falo que, por mais que os pacientes fiquem de olho, tem que passar por consultas, independente do tipo da lesão.

Normalmente é uma lesão que você enxerga a olho nu. É muito raro não ter nada na pele, sempre vai ter algum sinal aparente: pode ser uma bolinha, uma úlcera, uma depressão na pele. O câncer de pele é isto aí: se você detectar precocemente, há mais de 90% de chances de cura com cirurgia ou tratamento.

Fator A - Quais são os principais grupos de riscos? Há algum fator referente à cor da pele, idade, gênero ou todas as pessoas estão igualmente suscetíveis a desenvolver o câncer de pele?

Dr. Fernando –
Primeiro vai da genética e da cor da pele. Os pacientes de fototipo 1 e 2, que são as pessoas de pele mais clarinhas, ruivos, loiros, descendentes de caucasianos têm um risco maior comparados aos fototipos mais altos, como 4, 5 e 6, que é a pele negra, até porque a pele deles não tem a melanina em grande quantidade, que é como se fosse um protetor natural do organismo. O sol danifica muito mais a pele branca.

Tem a questão da idade também: conforme vai acumulando este sol sem cuidados ao longo da vida e o nosso organismo não consegue mais reparar este dano, chega uma idade, por volta dos 60 anos, que há uma série de complicações pouco comuns aos mais jovens. Estes grupos de risco são relacionados ao câncer de pele que tem conexão direta com o excesso de sol; porém tem alguns que são relacionados à genética. Estar atento ao histórico familiar referente ao câncer de pele é uma grande maneira de cuidar adequadamente do seu corpo.

Fator A - Há algum hábito ou atividade que o senhor julgue ser extremamente prejudicial e/ou agressivo para a nossa pele?

Dr. Fernando –
Um primeiro hábito absurdamente nocivo à pele são as máquinas de bronzeamento artificial. Você está sendo exposto à radiação e isto pode gerar o desenvolvimento do câncer de pele, inclusive é proibido no Brasil, mas algumas pessoas continuam a fazer sem saber dos riscos.

Outra situação bastante grave é tomar sol entre as 10h da manhã e as 16h da tarde sem filtro solar, exageradamente, durante vários dias. Tem que fazer o uso do filtro e evitar qualquer tipo de exposição solar contínua sem os cuidados de proteção.

Eu costumo sempre indicar o filtro protetor solar acima de 30; abaixo disto, a proteção cai muito. Claro que vai depender do tipo de pele e necessidade, mas evite utilizar abaixo disto. E tem que reaplicar, passar a quantidade certa; após suar ou entrar na água, reaplicar e assegurar a proteção.

Fator A - No caso dos idosos há mais agravantes? A regeneração é mais difícil, por exemplo?

Dr. Fernando –
Pensando nesta faixa etária específica, eu acredito que, principalmente aqueles que trabalham expostos ao sol, um agravante seria não usar toda a vestimenta de proteção. Eu indico que os idosos usem roupas de proteção UV, óculos escuros, boné ou chapéu quando for sair ao sol. É grande a incidência de lesões no coro cabeludo nesta faixa etária, já que há muitos carecas. Além, é claro, do filtro solar.

Fator A - O senhor poderia citar outras doenças ou condições de pele que atingem a população idosa atualmente?

Dr. Fernando –
Tem as lesões que são benignas, mas que são pré-malignas. Não chegam a ser um câncer de pele, mas são alterações provocadas pela exposição crônica ao sol pela vida. Menos de 1% destes casos acabam desenvolvendo para o câncer de pele mas, quando isto acontece, geralmente é uma situação grave. Estas lesões são espécies de sinais que indicam que a sua pele não está tão saudável quanto deveria.

Lembro ainda que o melanoma, que é um subtipo de câncer de pele mais grave, pode sim levar a complicações e até a morte. Por isto é importante a consulta com um dermatologista.

Fator A - Ao ser diagnosticado com câncer de pele – ou alguma outra das doenças citadas pelo senhor –, as chances de recuperação geralmente são favoráveis? Ouvir este diagnóstico não precisa ser, necessariamente, uma condenação a uma vida vegetativa ou dependente.

Dr. Fernando –
A grande maioria das doenças de pele são tratáveis e curáveis. Para se ter uma ideia, cerca de 90% dos casos de câncer de pele tem chances de cura, se diagnosticados e tratados precocemente. Tem que fazer o tratamento, mas sabendo que na maioria dos casos, você vai se curar; dificilmente a lesão vai voltar.

Eu acho que vale a pena, assim que o paciente recebe o diagnóstico, já começar a resolver ali e tentar perceber que sim, esta é uma situação que precisa ser resolvida, mas que não vai te acarretar graves problemas.

O câncer de pele é o câncer mais comum que nós temos no Brasil: faça consultas a cada seis meses, faça a revisão da sua pele e entenda que, caso você esteja com alguma doença, você vai conseguir resolver.

SERVIÇO
Dr. Fernando da Cunha Zillo
Dermatologista

Contatos (41) 3242-5353 /3779-7857
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