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TECNOLOGIA - Rumo à empresa em rede
29/06/2012
Em um estudo recente conduzido pela McKinsey, mais de dois terços dos respondentes admitiram usar ferramentas de mídia social em suas organizações. Entre os principais benefícios, foram citados maior velocidade de acesso ao conhecimento, mais eficácia em marketing, custos mais baixos de transações e receitas mais altas.
Soumitra Dutta, professor de negócios e tecnologia do INSEAD, destaca que a ampla adoção das ferramentas de mídia social tem o potencial de deflagrar uma enorme transformação na maneira como as empresas operam, resultando em amplo espectro de benefícios, incluindo o enriquecimento do conhecimento coletivo e mais inovações.
Segundo o estudioso, que é coautor de Throwing sheep in the boardroom: how online social networking will transform your life, work and world (ed. Wiley), há quatro maneiras principais pelas quais tais ferramentas estão transformando as organizações. Ele explica cada uma delas:
Colaboração ampliada
Em seu relatório, a McKinsey registrou que, quando as empresas incorporam as mídias sociais através da organização, a informação é compartilhada mais rapidamente e menos hierarquicamente, a colaboração entre feudos é mais comum e as tarefas são abordadas como projetos.
Isso não deve ser surpresa. Mas a realidade da maioria das organizações tradicionais é a retenção de informação, já que alguns gestores de nível médio ou alto são mais preocupados com valores de status vertical. O exemplo clássico dessa síndrome é o executivo sênior que descreve uma situação aos seus colegas sem contar tudo o que sabe. Como resultado, a tomada de decisão não é ótima.
Ao integrar a web 2.0 às atividades diárias, a empresa pode quebrar as barreiras organizacionais que impedem a informação de fluir.
Democracia de talentos
Aplicados por toda a organização, os softwares baseados na web 2.0 constroem plataformas abertas nas quais, em teoria, todos são iguais. Os funcionários que trabalham em tal ambiente tendem a compartilhar abertamente suas ideias e informações – algo raro nas organizações hierárquicas.
Em seu artigo “Competent jerks, lovable fools and the formation of social networks” (Idiotas competentes, tolos adoráveis e a formação das redes sociais, na tradução do inglês), publicado pela Harvard Business Review, Tiziana Casciaro, professora da Rotman School of Management da University of Toronto, do Canadá, descreve como os colaboradores, invariavelmente, preferem trabalhar com pessoas como eles próprios, mesmo que sejam incompetentes. Assim, eles evitam aqueles que consideram desagradáveis, ainda que essas pessoas possam ser indispensáveis para resolver um problema.
Contudo, trabalhar apenas com pessoas como nós cria a síndrome da câmara de eco, ou seja, expertise valioso não é aproveitado e a desmotivação é, não raro, a consequência. As ferramentas de mídia social, como os wikis, têm potencial para abrir os processos para além dos costumeiros companheiros favoritos. Quem tem a melhor ideia pode se um funcionário de nível mais baixo ou até um cliente.
Cultura de confiança
Com a ascensão da web 2.0 nas organizações, trabalhadores de todos os níveis têm muito mais voz nos negócios e também aproveitam os benefícios de uma cultura de transparência. Isso, por sua vez, engendra sentimentos mais fortes de lealdade e confiança entre os funcionários. Essas certamente são boas notícias para gestores e CEOs, que tiram proveito de uma força de trabalho altamente conectada e motivada nestes tempos em que a confiança nas empresas está em seus mais baixos níveis históricos.
Infelizmente, muitas empresas parecem ter medo das mídias sociais no ambiente de trabalho. Em estudo realizado em 2011, a Robert Half Technology, empresa especializada em colocação de profissionais de tecnologia da informação, identificou que mais de um em três diretores de informação entrevistados não permitia que seus colaboradores entrassem em sites de redes sociais no trabalho. Alguns funcionários são até demitidos, quando flagrados usando essas redes.
Essa resistência cega à adoção de mídias sociais, apesar de compreensível, é improdutiva e altamente arriscada. Bloquear o acesso ao Facebook, por exemplo, impede os funcionários de construírem comunidades e fecha o canal de comunicação preferido dos jovens profissionais.
Ganhos potenciais em produtividade
Enquanto muitas empresas enxergam as mídias sociais como perda de tempo, a realidade mostra que ferramentas como blogs, wikis e feeds RSS oferecem potencial para incrementar significativamente a produtividade. Tal fato ficou demonstrado em dois estudos realizados pelo Mind Lab da University of Melbourne, na Austrália. A primeira pesquisa identificou que a produtividade aumenta em 9% entre funcionários que podem acessar a internet por diversão durante o horário de trabalho. Ironicamente, os gestores que rechaçam o MySpace, o Twitter e o Facebook como desperdiçadores de tempo são, frequentemente, os mesmos que gastam tempo valioso em reuniões sem sentido.
Outro estudo recente levantou que 76% dos respondentes visitavam o Facebook, o LinkedIn e o Twitter pelo menos uma vez ao dia. Além disso, grande parte dessa atividade é focada em trabalho, já que muitos funcionários declararam usar as redes para mostrar a empresa em que trabalham, o que traz reconhecimento de marca e apoia objetivos organizacionais, do recrutamento às vendas. A pesquisa ainda indica que o ritmo de colaboração aumentou e que esse indivíduos estão tendo acesso à vanguarda do pensamento e às informações que não estão disponíveis na empresa.
Fonte: Portal HSM
Soumitra Dutta, professor de negócios e tecnologia do INSEAD, destaca que a ampla adoção das ferramentas de mídia social tem o potencial de deflagrar uma enorme transformação na maneira como as empresas operam, resultando em amplo espectro de benefícios, incluindo o enriquecimento do conhecimento coletivo e mais inovações.
Segundo o estudioso, que é coautor de Throwing sheep in the boardroom: how online social networking will transform your life, work and world (ed. Wiley), há quatro maneiras principais pelas quais tais ferramentas estão transformando as organizações. Ele explica cada uma delas:
Colaboração ampliada
Em seu relatório, a McKinsey registrou que, quando as empresas incorporam as mídias sociais através da organização, a informação é compartilhada mais rapidamente e menos hierarquicamente, a colaboração entre feudos é mais comum e as tarefas são abordadas como projetos.
Isso não deve ser surpresa. Mas a realidade da maioria das organizações tradicionais é a retenção de informação, já que alguns gestores de nível médio ou alto são mais preocupados com valores de status vertical. O exemplo clássico dessa síndrome é o executivo sênior que descreve uma situação aos seus colegas sem contar tudo o que sabe. Como resultado, a tomada de decisão não é ótima.
Ao integrar a web 2.0 às atividades diárias, a empresa pode quebrar as barreiras organizacionais que impedem a informação de fluir.
Democracia de talentos
Aplicados por toda a organização, os softwares baseados na web 2.0 constroem plataformas abertas nas quais, em teoria, todos são iguais. Os funcionários que trabalham em tal ambiente tendem a compartilhar abertamente suas ideias e informações – algo raro nas organizações hierárquicas.
Em seu artigo “Competent jerks, lovable fools and the formation of social networks” (Idiotas competentes, tolos adoráveis e a formação das redes sociais, na tradução do inglês), publicado pela Harvard Business Review, Tiziana Casciaro, professora da Rotman School of Management da University of Toronto, do Canadá, descreve como os colaboradores, invariavelmente, preferem trabalhar com pessoas como eles próprios, mesmo que sejam incompetentes. Assim, eles evitam aqueles que consideram desagradáveis, ainda que essas pessoas possam ser indispensáveis para resolver um problema.
Contudo, trabalhar apenas com pessoas como nós cria a síndrome da câmara de eco, ou seja, expertise valioso não é aproveitado e a desmotivação é, não raro, a consequência. As ferramentas de mídia social, como os wikis, têm potencial para abrir os processos para além dos costumeiros companheiros favoritos. Quem tem a melhor ideia pode se um funcionário de nível mais baixo ou até um cliente.
Cultura de confiança
Com a ascensão da web 2.0 nas organizações, trabalhadores de todos os níveis têm muito mais voz nos negócios e também aproveitam os benefícios de uma cultura de transparência. Isso, por sua vez, engendra sentimentos mais fortes de lealdade e confiança entre os funcionários. Essas certamente são boas notícias para gestores e CEOs, que tiram proveito de uma força de trabalho altamente conectada e motivada nestes tempos em que a confiança nas empresas está em seus mais baixos níveis históricos.
Infelizmente, muitas empresas parecem ter medo das mídias sociais no ambiente de trabalho. Em estudo realizado em 2011, a Robert Half Technology, empresa especializada em colocação de profissionais de tecnologia da informação, identificou que mais de um em três diretores de informação entrevistados não permitia que seus colaboradores entrassem em sites de redes sociais no trabalho. Alguns funcionários são até demitidos, quando flagrados usando essas redes.
Essa resistência cega à adoção de mídias sociais, apesar de compreensível, é improdutiva e altamente arriscada. Bloquear o acesso ao Facebook, por exemplo, impede os funcionários de construírem comunidades e fecha o canal de comunicação preferido dos jovens profissionais.
Ganhos potenciais em produtividade
Enquanto muitas empresas enxergam as mídias sociais como perda de tempo, a realidade mostra que ferramentas como blogs, wikis e feeds RSS oferecem potencial para incrementar significativamente a produtividade. Tal fato ficou demonstrado em dois estudos realizados pelo Mind Lab da University of Melbourne, na Austrália. A primeira pesquisa identificou que a produtividade aumenta em 9% entre funcionários que podem acessar a internet por diversão durante o horário de trabalho. Ironicamente, os gestores que rechaçam o MySpace, o Twitter e o Facebook como desperdiçadores de tempo são, frequentemente, os mesmos que gastam tempo valioso em reuniões sem sentido.
Outro estudo recente levantou que 76% dos respondentes visitavam o Facebook, o LinkedIn e o Twitter pelo menos uma vez ao dia. Além disso, grande parte dessa atividade é focada em trabalho, já que muitos funcionários declararam usar as redes para mostrar a empresa em que trabalham, o que traz reconhecimento de marca e apoia objetivos organizacionais, do recrutamento às vendas. A pesquisa ainda indica que o ritmo de colaboração aumentou e que esse indivíduos estão tendo acesso à vanguarda do pensamento e às informações que não estão disponíveis na empresa.
Fonte: Portal HSM