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Por Onde Anda - Claudio Berçani

10/09/2018

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* Texto publicado originalmente em nosso jornal Fator A, edição 35, de outubro de 2015
Edição: Raphael Ramirez


Nasci em Presidente Prudente (SP), no dia 05 de junho de 1947. Como todas as crianças do interior, nadei em rios, brinquei de bola de gude, joguei pião, andei de carrinho de rolimã, cacei passarinhos com estilingue, entre outras coisas.

Estudei em Califórnia (PR), aonde fiz primário, e depois fui para Cianorte (PR), quando fiz ginásio e científico. O estudo naquela época era fantástico. Lembro que no 1º ano do ginásio tinha latim e francês, além de matemática, geografia, história e português; tudo era muito exigido. Fiz vestibular e estudei na FESP, em Curitiba (PR). Me formei em Administração de Empresas.

Entrei no banco na cidade de Cianorte (PR), em 62, com apenas quatorze anos de idade, na função de contínuo. Logo fui crescendo dentro da agência e passei por todas as carteiras da época (contas correntes, caixa, balancete, cobrança, empréstimos, etc.). Aos 16 anos assumi a contadoria da agência, com uma grande coincidência: eu tinha 16 anos e a agência tinha 16 funcionários; eu, obviamente, era o mais jovem.

Naquela época, as agências de maior porte tinham três assinaturas: gerente, contador e sub-contador. Minha primeira assinatura foi de sub-contador e foi muito engraçado: o sr. Edison chegou à agência e o saudoso Cidão me disse: ”Olha aqui moleque, vou pedir assinatura para você, mas não chegue perto com essa cara de guri. Fica atendendo o balcão e nem olhe pra trás para o Sr. Edison não ver que ainda é um garoto”; mas da mesa do Cidão até o balcão era muito próximo, e eu escutei a conversa, quando o sr. Edison disse: “Envia a assinatura do rapaz”. Quase desmaiei, foi muito emocionante.

Ainda tenho outras passagens com o sr. Edison: quando o pessoal do interior vinha para Curitiba, era de lei passar na Matriz. Uma vez vim à capital, fui à Candido Lopes e fiquei aguardando sr. Edison chegar do almoço. Tinha meia dúzia de empresários engravatados aguardando ele, que chegou e cumprimentou a todos. O primeiro a ser atendido fui eu, e os empresários depois. Isto marcou muito pela simplicidade e humildade que ele tinha para com os funcionários.

Minha carreira no banco vai de contínuo a diretor estatutário; passei por todas as funções: caixa, chefe de seção, sub-contador, contador, gerente de agência, inspetor (em mais de 32 agências). Como inspetor, viajei o Brasil todo; conheço todas as capitais, e em alguns estados conheço todas as cidades, como RJ, PR, SC e BA.

Várias pessoas marcaram minha carreira, mas conto um causo do Cidão, que marcou a minha entrada no Bamerindus. Eu trabalhava numa empresa de aviação que ficava ao lado do banco, e o Cidão sempre me perguntava quando eu iria trabalhar com ele, porém eu não entendia nada de banco. Ele dizia: “Menino, só precisa ser honesto, trabalhador; isto você já é, pois conheço o seu pai. O difícil agora é que terá que tocar sanfona e torcer pelo Corinthians”. Demorou, mas ele me convenceu. Sanfona eu não toco até hoje, apesar de tentar; já virar corinthiano foi mais fácil: tinha um lateral na época com o nome de Claudio no time e ele me convenceu.

Sempre saíamos na frente dos concorrentes, pela dedicação e determinação da equipe: as implantações no processamento de dados do plano Collor e do plano Real foram grandes exemplos. Participei ativamente do Bamerindus 2.000 – novas agências (layouts), funcionograma, salas de ATM (caixa automático). Sou do tempo das cartolinas nas agências, da cobrança que você tinha que colocar carbono e datilografar cada boleto, do copiador de balancete (com rolo de gelatina) e por aí afora. Fui além de todas as passagens pelos cargos de agência, sendo funcionário em vários departamentos, como Bamerinlar, financeira, Bamerintur, CPD, serviços e regional de agências.

Em 35 anos, dois meses e 15 dias como bancário, muitas pessoas marcaram minha vida, seja por ensinamento, pela amizade, pela solidariedade, enfim tantas coisas boas que guardamos na memória para sempre. Tive vários mestres, vários professores; todos me ensinaram muito. Eu posso afirmar que o Bamerindus foi minha pós-graduação, pois lá aprendi muito, inclusive viajei o Brasil todo e alguns países do exterior.

O meu desligamento do Bamerindus se deu em abril de 97, com a venda do banco. Após isto tive várias atividades: eu estava no aeroporto do Rio, vindo para a reunião sobre a venda do banco, e lá mesmo recebi um convite por telefone de um empresário do Rio para ser superintendente das empresas dele no Nordeste, responsável pelas capitais da região. Depois dei consultoria a várias empresas em Curitiba e Florianópolis (SC), e há oito anos sou sócio de uma empresa de climatização (projetos, vendas, instalação e manutenção) em equipamentos de ar condicionado.

Família é igual sanfona, começa pequena, cresce e depois vai diminuindo: começam apenas você e esposa, depois vêm os filhos, netos... Os filhos casam, a casa que era de certa forma grande ou pequena, fica com muito espaço. Tenho dois netos, Miguel e Vicente, que são meus xodós, com direito a música e letra no violão pelo avô. Agora no final de julho/início de agosto vai nascer o terceiro neto, Victor, para o qual também já fiz uma música.

Gosto muito de nadar, jogar futebol, truco, ir ao cinema, teatro... As minhas atuais atividades são trabalho, academia, pilates, alongamentos, caminhadas e viajar quando possível.

Acompanho todos os trabalhos desenvolvidos pela APABAM e tenho o maior respeito e consideração por todos os executivos e profissionais que lá passaram ou estão, pois tratam o objetivo da associação com profissionalismo, competência e de forma cooperativa; buscando sempre o melhor para cada associado.

Colegas da APABAM: vamos valorizar todos os profissionais que trabalham na Apabam ou indiretamente como voluntários – e pedir a Deus que os protejam sempre e os ilumine para continuar lutando pelos nossos direitos. Quantos lutaram pela APABAM e lutam até hoje... Fico imaginando quantas pessoas poderiam estar em dificuldade maior, caso não tivesse esta complementação idealizada pelo sr. Avelino.

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