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Por Onde Anda - Augusto Gonçalves

29/10/2013

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*Texto publicado originalmente em nosso jornal Fator A, edição 13, de dezembro de 2006.

Primeiro gerente de tecnologia do Bamerindus e um inspetor bastante temido pelos gerentes da época, Augusto Gonçalves, aposentado há 31 anos, recebeu a reportagem do Fator A em sua casa, onde contou um pouco de sua história.

Nascido em Porto Nacional (GO), em outubro de 1924, Augusto começou como bancário já aos 16 anos, no Banco de Goiás, depois passou pelo Banco Comercial de Goiás, do qual foi gerente de cobrança. Antes de chegar ao Bamerindus, ele ainda passou pelo Banco São Caetano, no ABC Paulista. “Vim para o Bamerindus em 1958, graças a minha esposa, Dionea. Ela é de Curitiba e, depois que casamos, a levei para São Caetano, mas ela não se adaptou à cidade. Como meu sogro conhecia o seu Avelino Vieira, me trouxeram para cá”, conta Augusto, que diz já ter sido testado pelo sr. Avelino logo em sua chegada. “Ele disse que eu assumiria uma agência de Curitiba, vim para cá com toda a mudança, os três filhos e a mulher grávida e ele me comunicou que tinha acontecido um problema e que eu iria ter de trabalhar em Itararé, queria me testar, ver se eu dava conta”, comentou.

Depois de oito meses em Itararé, Augusto foi chamado para Curitiba, para exercer a função que mais marcou sua carreira. “Fui nomeado sub- inspetor de serviços; Com uma carta do sr. Avelino, ia de agência em agência para averiguar se o trabalho estava sendo feito corretamente e ensinar o pessoal a trabalhar. Aí que surgiu toda a minha fama de mau”, contou, lembrando de algumas histórias. “O pessoal tinha medo e, se soubesse que eu estava chegando dava um jeito de esconder as irregularidades, então, tinha de chegar de surpresa, as vezes, acordando o gerente às 6h da manhã”, lembrou. Mas a história mais marcante, para ele, foi quando, ao chegar em Umuarama de avião, viu um garoto de bicicleta esperando no campo de pouso e, quando ele desceu do avião, o garoto saiu em disparada em direção à agência da cidade. “Não tive dúvida, fui lá derrubei a bicicleta”, confessou. Mas Augusto Lembra que estava fazendo apenas seu trabalho, garantir o perfeito funcionamento do Bamerindus, e que a prova disso é que apesar de seu estilo duro e impulsivo, não fez nenhum inimigo na empresa.

Outra participação marcante de Augusto Gonçalves na história do Bamerindus foi quando da introdução da informática. Coube a ele ser o primeiro responsável pelas máquinas. "Em 1962 foi introduzida a informática. Eles fizeram uma pesquisa, e optaram pela Univac. E eu fui chamado para tomar conta daquilo tudo. Ninguém sabia nada, os manuais eram em inglês e a gente não conseguia traduzir”, contou. “Ficamos quase um ano em São Paulo para fazer os cursos da Univac, enquanto eles estavam instalando os equipamentos. Em 1963 para 1964, o sistema começou a funcionar, com muita dificuldade, porque ninguém fazia isso no Brasil ainda”, relatou. “Nossa comunicação com o computador era pelos cartões perfurados. Assim começamos. Fui o primeiro gerente de tecnologia do banco”. Concluiu, lembrando que o Univac resistiu até 1973, quando foi implantado o sistema da IBM.

Após aposentado, seu Augusto resolveu passar adiante todo o conhecimento adquirido na implantação da informática no banco. “Aproveitei minha experiência em informática, que ninguém tinha, e fui dar aulas e treinamentos e cursos profissionalizantes. Além de preparar os conteúdos programáticos de todos os cursos da área de Contabilidade, Administração e Informática”, revelou. “Também montei uma firma de processamento de dados, que funciona até hoje” , acrescentou.

Aos 82 anos, Augusto Gonçalves mora com a família em um apartamento no Água Verde, em Curitiba e dedica seu tempo à família e ao movimento religioso Concílio da Cristandade. De recordações do tempo de Bamerindus ele diz ter saudades das grandes festas, das disputas no truco e da pessoa do sr. Avelino Vieira, “um homem inteligentíssimo e de um grande coração”. Augusto aproveitou para desejar aos colegas apabeanos um feliz Natal e um ano novo com muita paz, saúde e esperança. E prometeu participar dos próximos encontros da Apabam.

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