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Por Onde Anda - Raul Jacob Brenner

13/09/2018

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* Texto publicado originalmente em nosso jornal Fator A, edição 32, de outubro de 2014
Edição: Raphael Ramirez


Nasci em Imbituva, região sul do Paraná. Lá vivi até concluir os estudos do segundo grau, na época chamado de curso ginasial, deixando de prosseguir os estudos porque cursos superiores só existiam em faculdades de grandes centros. Em 1955 mudamos para a cidade de Peabiru (PR), onde meu pai foi gerenciar uma serraria. Praticava um pouco de contabilidade no escritório da mesma empresa, quando fui convidado pelo gerente da agência do Banco Mercantil e Industrial do Paraná S/A, Sr. Hildebrando Montovani, para exercer a função de caixa.

No dia 01 de fevereiro de 1956, no horário combinado, o Sr. Hildebrando fez a minha apresentação ao contador da agência, o Sr. Anézio Vargas Neto, que por sua vez chamou os outros funcionários, os Srs. Luiz Bassi e Nelson Ferrone. Deste último tenho boas recordações da convivência na agência onde começamos a carreira bancária.

Passados alguns meses, o contador da agência foi promovido a gerente e convidado a inaugurar a filial em Terra Boa (PR). Sem tempo de treinar funcionários, o Anézio pediu socorro ao Sr. Hildebrando para liberar temporariamente um funcionário para ajudá-lo na organização e treinamento de funcionários. Convidado pelo Anézio fui para Terra Boa e juntos organizamos os trabalhos da agência.

Um dia passou pela agência o Sr. Edson que fazia visita na região. Entre os pedidos feitos pelo gerente, um deles foi minha efetivação como contador da agência. O Sr. Edson concordou e me chamou na sala da gerência para firmar minha assinatura em cartão para compor o livro de funcionários responsáveis em assinarem pelo banco. Confesso que a emoção foi tão grande que as minhas pernas ficaram bambas, e a assinatura quase não saiu.

Meses depois fui transferido para Floraí (PR) e com o gerente Sr. Jorge Alexandre de Carvalho, após um ano de grande safra de café, elevamos o depósito da agência, colocando-a na 4ª posição da rede. Depois do sucesso da agência, fui novamente transferido, desta vez para Paranavaí (PR). Esta era a sede de regional; o gerente regional era o Sr. José Acioly Santana, e o da agência era o meu grande amigo Sr. Aramis Correa Fernandes, que posteriormente foi transferido para Guarapuava (PR), assumindo seu lugar o Sr. Cecim Calixto.

A agência por ser sede de regional, era muito pesada, com trabalho intenso, mantenedora de caixa da região. Quase sempre trabalhávamos diuturnamente para dar conta dos serviços. Um dia o Sr. Santana me convidou para assumir a gerência da agência de Nova Londrina (PR). Foi minha primeira experiência como gerente de agência. Após um ano de trabalho fui transferido para a cidade de Terra Rica (PR) e posteriormente para Cianorte (PR). Esta última pertencia à regional de Maringá (PR) cujo titular era o Sr. Fernando Sibut.

Trabalhei um ano e fui transferido para Umuarama (PR) onde o “Regional” era o Sr. Délcio Araújo. Havia várias agências na região e a cultura predominante era o algodão. Inúmeras indústrias estavam instaladas em Umuarama e lá centralizavam seus negócios. Por nossa posição estratégica éramos também mantenedores de caixa para atendermos outras filiais, o que acarretava serviços e responsabilidades. A transferência seguinte foi para Foz do Iguaçu (PR). Por ser fronteira com outros países tinha também uma função politica. A sede da regional era Cascavel (PR) e o “Regional” Sr. Antônio Zanini.

Após dois anos e meio de estada fui promovido para a gerência regional de Jacarezinho (PR): começava uma nova experiência. Dezessete agências compunham o grupo da regional, todas no chamado norte pioneiro, berço do Bamerindus, onde encontrávamos um grande número de senhores idosos que diziam “eu tenho ações deste banco, sou sócio deste banco”. Ouvi isso em inúmeras oportunidades e em várias cidades.

Permaneci em Jacarezinho até o final da incorporação do Banco Comercial do Paraná S/A, quando passei a regional ao Sr. Ademar Zanini e fui transferido para Londrina (PR), para trabalhar junto ao Sr. Ibrahim Fayad atendendo uma região distinta da dele.

Certo dia recebi um telefonema da secretária do Sr. Edson me convidando para um encontro com o presidente em Curitiba. Confidenciei com minha esposa que possivelmente o assunto seria nova transferência. No encontro estavam o Sr. Edson e o Dr. Mathias, que argumentaram da necessidade de instalação de uma sede regional em Cuiabá (MT) com a finalidade de acompanhar o crescimento do estado observando oportunidades de criação de novas agências, tanto no Mato Grosso como em Rondônia. Assumi o compromisso sabendo das dificuldades pela inexistência de funcionários qualificados e a precariedade da comunicação. Para composição do quadro de funcionários, convidamos colegas de outras regiões, como Hiroshi Kubo, Amauri, Dionizio Michasky, Paulo Abraão, e juntos enfrentamos os desafios. Posteriormente entregamos a regional ao Sr. Flávio Bodanese. Por determinação da diretoria fui assumir a regional de Campo Grande (MS), substituindo o Sr. Gilson Souto Ramos. Permaneci lá durante cinco anos e nesse período incorporamos o Banco Financial de Mato Grosso S/A.

Aposentei-me em 1986, aderindo ao programa honra ao mérito. Deixei a empresa aonde trabalhei por 30 anos e fiz grandes amigos; destaco aqueles com quem tive mais contato: Antonio Zanini, Aramis Correa Fernandes, Romeu Tramontin, Ibrahim Fayad, Haroldo Martins e tantos outros, e aqueles que nos deixaram, como o Seo Avelino, Seo Edson, Dr. Jair Mocelim, Dr Germano, Délcio Araujo e Mauro Cezimbra, a quem rendo homenagens.

Passados alguns anos o Sr. Romeu Tramontin foi conduzido pelo Sr. José Eduardo à direção da Lagoa da Serra Ltda. e me convidou para ser representante da mesma no estado de Mato Grosso. Nessa época meu filho Raul Sergio havia concluído os seus estudos, então constituímos a empresa Brenner e Brenner Ltda. com a finalidade especifica de comercializar produtos da Lagoa da Serra, o que fazemos até hoje.

Acompanho os trabalhos da Apabam através dos boletins informativos e aproveito para parabenizá-los pelo empenho em realizarem trabalhos de cunho social. Aos colegas Apabeanos registro o meu grande abraço a todos, esperando que possamos em breve revê-los, a exemplo do que foi o 2º encontro de bamerindianos em Curitiba (PR) neste ano de 2014.

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